segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O Desafio da Transformação Interior


Depois de mais de seis mil anos de história do homem na terra, muitos defendem que o mundo continua em situação de atraso. As notícias crescentes de violência, a manutenção do estado de guerras em vários pontos do planeta, a enorme desigualdade social que alimenta a miséria e a ignorância são alguns indicadores que supostamente justificariam a defesa deste ponto de vista. Como a mídia divulga preponderantemente notícias negativas, a visão global tende a direcionar exatamente para esta conclusão. Outra realidade, porém, semelhante a espiritual, acontece sem que se dê a devida promoção pública. O bem nunca esteve tão em moda. Religiões, ONGs, grupos humanitários, entre outros movimentos, esforçam-se em melhorar a condição de vida das pessoas e de si próprias. Imprescindível saber que a transformação do mundo somente ocorrerá mediante a transformação de cada um, a transformação interior.

O núcleo convergente para onde se dirigem todas as ações do Espiritismo é a transformação moral do ser humano. Transformação que necessita ser entendida como uma construção gradativa de valores, uma proposta de plenitude, um processo libertador da consciência e de formação do homem de bem. Não pode ser entendida apenas como contenção de impulsos inferiores, mas como a criação de condicionamentos novos e elevados. A reforma interior é tomar consciência do "si mesmo", da "perfeição latente" à qual nos destinamos. É um ato de auto-educação que não ocorre sem dores, no entanto, não deve ser encarada como um martírio - que é uma forma de autopunição -, mas como um processo de conscientização. Crescer não significa sofrer como resgate, representa possibilidade de educação para propiciar a libertação. Não é a intensidade da dor que educa e sim o esforço de aprender amenizá-las. Assim, transformação interior deve ser considerada como melhoria de nós mesmos e não a anulação de uma parte de nós considerada ruim. É uma proposta de aperfeiçoamento gradativo cujo objetivo maior é a felicidade.

A transformação interior é um trabalho processual e deve ser entendida como a habilidade de lidar com as características da personalidade melhorando os traços que compõem suas formas de manifestação como caráter, temperamento, valores, vícios, hábitos e desejos. Uma ética de autotransformação implica em ter postura aprendiz, observação de si mesmo, renúncia, aceitação da sombra, autoperdão, cumplicidade com a decisão de crescer, vigilância, oração, trabalho, tolerância, amor incondicional, socialização e caridade. É comum ouvirmos no meio espírita a necessidade de "matar o homem velho", "extinguir as sombras" ou "vencer o passado". Tais expressões são equivocadas, pois não eliminamos nada do que fomos um dia, transformamos para melhor. Na prática, o caminho a ser seguido é o de harmonizar-se com a sombra e de conquista do passado, pois transformação interior nada mais é do que dar nova direção aos valores que já possuímos e corrigir deficiências cujas raízes ignoramos ou não temos motivação para mudar. Não pode ser entendida como a destruição de algo para a construção de algo novo, dentro de padrões preestabelecidos de fora para dentro, mas, sobretudo, como a aquisição da consciência de si para aprender a ser, a existir, a se realizar como criatura rica de sentidos e plena de utilidade a vida. Imperfeições são nosso patrimônio. Serão transformadas, jamais exterminadas.

Muitas pessoas possuem indevidamente a idéia de que a transformação interior equivale a santidade instantânea. Não é. Já está demonstrado pela ciência que a natureza não dá saltos e, portanto, devemos nos alegrar com as conquistas paulatinas e permanentes. A impossibilidade da rápida espiritualização pode descambar num outro tipo de santidade, a de adorno, da aparência, da superficialidade, o que é extremamente nocivo. A dimensão empresarial, por exemplo, viveu recentemente uma febre da mudança abrupta através da reengenharia e o resultado foi a quase extinção de muitas organizações que adotaram esta prática. A filosofia japonesa do Kaizen, ou seja, de melhorias contínuas parece ser a mais recomendável, tanto para o mundo organizacional como para o nível dos indivíduos. A proposta espírita igualmente é de aperfeiçoamento permanente e não de perfeição imediata. O objetivo é sermos melhor e não os melhores.

A escritora Louise Hay lembra apropriadamente que "quando realmente amamos, aceitamos e aprovamos a nós mesmo exatamente como somos tudo na vida funciona". E é verdade. O primeiro passo para o autoburilamento é o desafio de encontrar-se consigo e gostar-se do jeito que é, na perspectiva de mudança continuada. Allan Kardec também advertiu que o verdadeiro espírita não é aquele que já está pronto, porém o que se esforça diariamente no domínio das suas tendências inferiores.

Deus permite um novo recomeço todos os dias, todos os instantes. Eis a grande dádiva a ser aproveitada. Se cair, levantar, sacodir a poeira e dar a volta por cima. Chico Xavier costumava dizer que "embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim." Jesus quando curava os doentes alertava que daquele momento em diante deveria se buscar a ser uma nova pessoa quando aconselhava "vais e não peques mais".

O esforço de mudança ganha corpo a cada dia nas pessoas no mundo inteiro. É claro que passaremos por situações graves que devem ser compreendidas como sintomas do expurgo do mal em agonia. A fase de regeneração planetária, pouco a pouco, avança, enquanto a de testes e resgates declina. Um novo tempo surge. Um novo homem começa a nascer. Já vivemos timidamente a maioridades das idéias espíritas na terra que não deve ser confundida com caracterização emblemática, mas como postura de entendimento e condução da vida. Não haverá força que consiga impedir o crescimento do homem neste planeta. A era do espírito lança seus primeiros raios no horizonte e se fará dia na consciência de todos num futuro não muito distante.

Por  Carlos Pereira (baseado no livro Reforma Íntima Sem Martírios, de autoria do espírito Ermance Dufaux, pela psicografia de Wanderley Soares de Oliveira, Editora Inede)

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Um Ser Inteiro

Vivemos num universo dual. Para qualquer coisa que possamos imaginar, existirá o seu extremo oposto: o bem e o mal; o bonito e o feio; o macho e a fêmea; o preto e o branco; o claro e o escuro; e assim por diante. Enfim, para qualquer coisa existente nesse Universo, pressupõe-se a existência do seu oposto complementar. Assim, não é de se espantar que nós mesmos, como indivíduos únicos, também possamos possuir ambos os extremos. Somos seres duais e precisamos encontrar nosso ponto de equilíbrio.

Muitas vezes a busca por este equilíbrio ocorre através de experiências dolorosas ou que nos desafiam, mas é dessa forma que chegamos a nos conhecer melhor, a saber o que desejamos e a como conquistá-lo, justamente porque ainda não temos consciência deste processo.

Já que somos seres duais, obviamente possuímos dois lados extremos: o lado luminoso ou o “lado bom”; e o lado sombrio ou o “lado mau”. É muito curioso observarmos que a grande maioria das pessoas prefere jamais enxergar o lado sombrio das coisas, quanto mais delas próprias. Elas temem o “Mal” e não percebem que ele é apenas a extremidade oposta do ”Bem”. Ambos se complementam. Um jamais existiria sem o outro. O assim chamado “Mal” serve a um grande propósito. O julgamos apenas porque ele parecer ser ruim, até que descobrimos que nós mesmos somos nossos próprios inimigos. Para que possamos chegar a um equilíbrio de forças se torna necessário, antes de mais nada, reconhecer que todos nós possuímos esse lado escuro em nossas personalidades. O mais irônico nisso tudo é o fato de que tudo aquilo que preferimos não observar é o que controla nossas vidas.



O estado de unidade consigo mesmo não sugere perfeição, onde só deveriam ser incluídos os aspectos “bons” da natureza humana. Pelo contrário, sugere integração total, onde cada qualidade humana - positiva ou negativa - tem seu lugar e está harmonicamente contida dentro do todo. A natureza do conflito “luz” e “trevas” não é boa nem má; é necessária ao desenvolvimento, pois é através dela que conseguimos, eventualmente, ampliar e integrar nosso “eu” total. A dualidade humana é muito perturbadora, no sentido de que fingimos não perceber que tudo aquilo que se encontra na luz projeta uma sombra escura. O Bem e o Mal, quer ou não existam objetivamente, são impulsos exteriores do pensamento humano consciente e inconsciente, ambos vivem dentro do indivíduo e não no mundo fora dele,  e antes de serem dois inimigos eternos, devem ser encarados e definidos como duas faces de um único indivíduo. Na verdade, aquilo que consideramos ser “Mal” não é senão a nossa ignorância acerca dos valores e qualidades do nosso “eu” total, e também da nossa tendência de nos retalharmos em pedacinhos, a maioria dos quais jogamos fora e acreditamos que estamos livres deles porque não os aprovamos.  Por isso torna-se tão necessário o autoconhecimento.

O primeiro passo para o autoconhecimento é compreender que somos responsáveis por nossas ações. Tudo o que acontece em nossas vidas é criado pela força de nossos pensamentos. Alegria ou Dor, Vitória ou Queda, Amor ou ódio, nada acontece sem que tenha sido idealizado e posto em movimento pelo pensamento. Durante toda a nossa vida criamos o nosso mundo de acordo com nossos padrões de pensamento, que por sua vez produzem uma realidade exterior. Misteriosamente as experiências que enfrentamos são atraídas para nós pelo poder de nosso próprio pensamento e embora não saibamos ao certo de que forma o interior e o exterior podem se refletir mutuamente, sabemos que isso acontece na vida de todas as pessoas.

Essa é nossa primeira grande lição: aprender a nos tornarmos responsáveis por nossos próprios atos e por aquilo que eles criam. Enquanto não nos tornamos conscientes de determinadas características que possuímos encontraremos pessoas ou situações que as reflitam ou as vivam por nós. E continuaremos vivendo num mundo de Trevas. Toda a realidade externa é reflexo de nosso mundo interno, porque é da Lei que o Equilíbrio deva existir. Se hoje vivemos num mundo de injustiça, violência e desigualdade, é porque ainda não reconhecemos tudo isto dentro de nós. E assim, o equilíbrio se processa.

Por isto é imprescindível o autoconhecimento. Quando estivermos completos em nós mesmos, deixaremos de lado a necessidade de projetar externamente nosso lado obscuro, nos tonaremos senhores de nossas próprias ações, de nosso próprio destino. E Luz e Trevas, Bem e Mal, estarão integrados em nós, sairemos do mundo ilusório da dualidade para a Verdadeira Unicidade.

Por Cristina Lessa Cereja

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Somos nossos próprios mestres


Pobre criatura esta, denominada HOMEM!  Gasta valiosos recursos tentando dominar o Planeta, o Cosmo, o outro, quando nem ao menos aprendeu a dominar a si mesmo ou a viver no pequeno espaço que ocupa em sua comunidade, convivendo com seus semelhantes.

Todos os dias vemos essa realidade comprovada através da desonestidade, do egoísmo, da manipulação, da violência, da corrupção, do descaso, do crime de toda ordem, e de tantos outros adjetivos que definem tão bem a ignorância do Homem. Ignorância que transforma em vítima não só aquele que sofre passivamente as consequências dessas atitudes tão “pequenas”, mas que também transforma em vítima ativa o próprio agente responsável por tais barbaridades. Não se trata aqui de ignorância cultural ou de ingenuidade, mas da triste constatação da ignorância acerca de si mesmo, de sua real natureza e finalidade na vida. Ignorância que permeia não apenas os incultos, mas principalmente aqueles considerados “esclarecidos”, apesar dos inúmeros recursos que nos são fornecidos hoje pelo avanço da tecnologia, que encurta distâncias, e a cada dia nos encaminha para uma cultura globalizante.

Toda essa sorte de ignorantes que, infelizmente, ainda são a grande maioria no planeta, se acha no direito de tomar para si aquilo que não consegue conquistar através de meios adequados e justos. Vítimas ativas da própria ignorância, não compreendem o verdadeiro significado da vida. Serão julgados no Tribunal de sua própria consciência, onde o remorso se tornará a pena que os condenará nesta vida e em vidas futuras, sofrimentos que muitas vezes perduram por séculos, até o completo resgate dos crimes cometidos. Por outro lado, as vítimas passivas, que sucumbem de forma menos intensa, pois sofrem apenas prejuízos morais, materiais ou físicos, outrora, em vidas pregressas, provavelmente cometeram elas próprias crimes que atormentam sua consciência, e o sofrimento da vida atual funciona como forma de resgatá-los. Dessa forma, podem retornar ao mundo espiritual aliviados em suas consciências. Essas provações as quais se submetem tais vítimas, se bem compreendidas, servirão de base para a grande conquista da renovação moral.

Ao analisarmos ambos os casos, podemos concluir que, em qualquer circunstância, o Homem é sempre vítima de si mesmo e de sua própria ignorância. Apesar de tudo, toda ação menos virtuosa que pratica, acaba servindo aos propósitos divinos, para o cumprimento de Suas Leis, sábias e justas, que corrigem os criminosos de ontem através dos criminosos de hoje. Isso não significa que devamos isentar da culpa aqueles que optam pelos caminhos do crime, mas apenas alertar para uma tendência interna que parece se generalizar na grande maioria das mentes desprevenidas: a de que os criminosos divergem do contexto social e são incapazes de qualquer forma de recuperação. Porém, até que consigamos superar esse período de ignorância espiritual, nossos cárceres, hospitais e manicômios estarão sempre lotados.

Por outro lado, podemos ainda concluir que, da mesma forma recíproca que um crime é “punido” por outro crime, uma atitude amorosa será premiada por outra de mesmo teor. Porque então não colhermos o bem? Porque insistir no mau caminho?

Sejamos nossos próprios Mestres! Comecemos a aprender com nossos erros e sofrimentos, a nos instruir com a vida, cheia de sábias lições, que nos doa todos os dias amplo material didático para o nosso autoconhecimento e autodesenvolvimento. Ampliemos nossa inteligência e nossa moral, abrindo nossa mente para a Verdade, renunciando ao autoengano, deixando de criar ilusões a respeito de nós mesmos.

Busquemos a Verdade, enunciada em todos os Evangelhos. Escolha um caminho retilíneo que te leve ao centramento moral de sua consciência. No aprendizado diário do convívio humano, tendo como base e suporte a Verdade Crística, aprenderemos a nos doar para a Vida, e estaremos a cada passo mais próximos da Felicidade plena.

Por Cristina Lessa Cereja

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Tempo de Mudanças

Claramente observamos hoje a sociedade passando por profundas transformações. Revendo os ciclos evolutivos da humanidade, constatamos, nas repetidas vezes, que o caos sempre antecedeu a ordem e o equilíbrio. A falência de qualquer filosofia, na qual se baseia toda e qualquer estrutura social, é o sinal promissor de que mudanças graves anunciam o despertar de uma nova consciência, de uma nova civilização emoldurada sob novas concepções, que derivam da análise subjetiva dos recentes fatos.

Estamos em meio a um conflito de ideologias e valores. Por um lado, o apego excessivo às concepções materialistas, que resultam do desespero inconsciente de uma coletividade ainda impulsionada pela ganância, pela disputa e pelo egocentrismo excessivo, enceguecida pelo descaso e destruída pela negação de seus próprios sentimentos. O advento da visão materialista, matemática e racionalista de Descartes, surgida em meados do Séc. XVII e adotada até os nossos dias, tornou-se uma das maiores filosofias aniquiladoras na qual se estruturou o homem moderno. O culto à matéria impôs-nos a máscara do ceticismo, promovendo um imenso desequilíbrio, que chega agora ao ápice de seu imenso poder destruidor. O materialismo, ao invés de nos impulsionar ao progresso humano – não se nega aqui o tecnológico e o científico – transformou o saber e a força num superficial fábrica de futilidades e comodismos.

O conhecimento alcançado pelo excessivo valor ao mental tornou-se um poderoso arsenal de violência e força destrutiva. Sentimos em consequência, o terrível vazio que habita em nós. É a carência de diretrizes morais, que nos tornam incapazes de gerir este grande poder. E, sem controle, ele se constitui em nossas mãos inábeis, por meio de nossa psique primitiva e imatura, um instrumento de destruição coletiva. Isto o mundo já presencia. E hoje, com mais intensidade. Mas isso não nos basta, porque continuamos a repetir os mesmos padrões, pela fome insana de poder que jamais será suprida.

Estamos no “Final dos Tempos”, onde a loucura e a irresponsabilidade tornaram-se o estopim de um estado de barbárie coletiva. Instalam-se o medo, o terror, as guerras, as crises econômicas e políticas mundiais, como constatação da involução moral causada pela visão distorcida da concepção materialista, em todas as estruturas das organizações sociais, sem exceção.

Tudo isso é observável: A falência do materialismo; o insucesso de suas ideologias. Mas não basta ao homem o apelo ao terror que inspira a perspectiva da autodestruição. Não basta apelar ao senso de utilitarismo ou de preservação. E é então, que do caos e do desespero, surge o germe da mudança. O impulso na direção oposta, que apela ao equilíbrio das forças contrárias. O impulso que se constata na reação das massas que se consolam novamente em busca da Fé perdida, da essência espiritual da alma renegada aos porões da existência.

Não se trata aqui de fanatismos ou concepções salvacionistas. Trata-se da urgência pelo equilíbrio. Algo de imenso e novo certamente há de maturar. Estamos no berço de uma nova civilização, que surge timidamente das massas cansadas do sofrer e das injustiças. Renovação que se inicia no clamor das multidões, porém sem alarde, sem propaganda, sem armas, sem conflitos. Estamos vendo o nascimento do homem espiritual. Resgatamo-nos agora do abismo trevoso no qual enterramos nossos sentimentos e nossa pureza.

Espera-se somente que o novo homem a surgir seja suficientemente inteligente para compreender a enorme vantagem que pode vir a beneficiar a todos sem distinção, da valorização do fator moral e anímico na vida social, porque só assim se podem obter paz, confiança, segurança e igualdade. Mas podemos argumentar que esse novo “Homem de Bem” – consciente e justo – é e sempre será uma utopia. Mas é justamente a história que sempre nos revela que a utopia de hoje se torna a verdade do amanhã.

Espera-se que a nova humanidade se consolide em bases morais mais puras. Toda evolução impõe novas formas de luta e concepções mais elevadas. A vida inegavelmente caminha para a formação de grandes unidades, em que são imprescindíveis ao caráter coletivo a compreensão e a colaboração, para que uma cultura de Paz e Tolerância, relativa a todas as diversidades culturais, possa se estabelecer e impulsionar uma Nova Era de harmonia e progresso, onde a razão e o espírito se unam e se equilibrem na conformação de um Novo Mundo.

Por Cristina Lessa Cereja

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O Poder da Palavra


Toda palavra proferida possui um enorme efeito externo. Devemos estar sempre atentos e vigilantes quanto àquilo que dizemos, e à forma como dizemos. Muitas vezes, através da palavra impensada, agressiva ou imprudente, criamos situações embaraçosas e aborrecimentos indesejáveis, acabando por magoar ou mesmo criar inimizades. Ao contribuirmos na criação de tais sentimentos, estas vítimas de  nossa própria imprudência passam a gerar pensamentos negativos que são direcionados na maioria das vezes de forma inconsciente contra nós mesmos, atuando contra a nossa própria felicidade.

André Luiz, espírito que ficou conhecido através da mediunidade de Chico Xavier, em seu primeiro livro - "Nosso Lar" - nos conta que, após reclamar por ter sido considerado um suicida, recebeu do benfeitor, entre outros, o seguinte esclarecimento: "A moléstia talvez não assumisse características tão graves, se o seu procedimento mental no planeta estivesse enquadrado nos princípios da fraternidade e da temperança. Entretanto, seu modo especial de conviver, muitas vezes exasperado e sombrio, captava destruidoras vibrações naqueles que o ouviam. Nunca imaginou que a cólera fosse manancial de forças negativas para nós mesmos? A ausência de autodomínio, a inadvertência no trato com os semelhantes, aos quais muitas vezes ofendeu sem refletir, conduziam-no frequentemente à esfera dos seres doentes e inferiores. Tal circunstância agravou, de muito, o seu estado físico” . Lembremos ainda as sábias palavras de nosso Mestre Maior: “O Mal não é que entra pela boca, mas o que sai dela”.                                                                                       

Mesmo quando apoiados na razão e na Verdade, é necessário medir nossas palavras. Jesus, nosso exemplo maior, sempre foi dócil e amável, mesmo sendo o portador da Verdade. Sabia silenciar quando necessário, sabia como proferir um ensinamento, e utilizava as palavras com sabedoria. Jamais julgava ou agredia, mas nunca deixou de dizer aquilo que devia, demonstrando sempre impetuosidade, coragem e determinação. A verdade não existe para destruir e ferir, mas sim, para esclarecer, para abrir a consciência, mostrar novos caminhos e estimular o desenvolvimento da inteligência e da criatividade, operando dentro das mentes uma transformação que irá libertá-las do cárcere intelectual em que se encontram. Em outras palavras, a verdade existe para iluminar nosso caminho interior e remover o gesso das consciências.

Quantas pessoas, por se afirmarem verdadeiras, usam das palavras para massacrar, humilhar e ofender, semeando à sua volta sofrimento e rancor. Ao agirem assim, acabam se tornando vítimas de agressões mentais que, por vezes, perduram por toda uma vida e além dela, gerando graves problemas de relacionamento, e até mesmo retrocedendo ou impedido o seu próprio progresso espiritual. Sempre que proferimos injúrias, impropérios, e imprimimos em nossa comunicação emoções alteradas, estamos nos sintonizando, por afinidade comportamental à consciências e energias daninhas e malsãs,  o que vem a agravar de forma muito complexa e muitas vezes por um longo período, o processo evolutivo pessoal e humano, gerando karma pessoal e  coletivo.    

A palavra, por si só, é apenas meio de comunicação. Os sentimentos com os quais a revestimos é que lhe dão o poder de esclarecer, consolar e criar, ou destruir, magoar e ferir. Dependendo da inflexão que damos às nossas palavras, elas podem causar efeitos que não desejamos. Jesus, profundo conhecedor dos sentimentos humanos, sabia a força das palavras, ao afirmar: "Que as tuas palavras sejam sim sim, não não!".  

Toda palavra e conhecimento devem ser proferidos com sinceridade, porém, também carregados de amor e respeito pelo próximo. Aos nos tornarmos conscientes dos perigos em utilizá-los indevidamente, podemos aprender a nos tornar mais previdentes, começando por gerenciar nossas emoções com maturidade, aprendendo como e quando falar, e quando se calar.  Exercitar a tolerância, o autocontrole, a amabilidade nos tratos com os demais deve ser uma prática diária. Isto não nos torna fracos. Ao contrário, somos fracos quando não reconhecemos em nós mesmos nossas falhas de comportamento, e acabamos agindo com os outros de forma agressiva, por simples ignorância e temor em nos auto enfrentar. Aprender a nos comunicar é etapa importantíssima no processo de autoconhecimento, de autoconsciência, autoajuda e consciência holística.

Por Cristina Lessa Cereja

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Exercitando o Amor


Podemos afirmar com segurança que a grande maioria dos problemas que fazem o ser humano sofrer são oriundos de sentimentos desequilibrados. Não falamos apenas teoricamente, esta é uma verdade comprovada por fatos colhidos ao longo de muitos anos de observação e estudo a respeito dos problemas humanos. Quando se fala em sentimento, estamos nos referindo aos verdadeiros sentimentos que nós precisamos continuamente desenvolver ao longo da vida, para podermos desfrutar da verdadeira felicidade. Não podemos confundi-los com o emocionalismo, que é um estágio no desenvolvimento dos sentimentos, por mais elevado que possa parecer a princípio. Em todo este longo processo de aprendizado, a Divindade nos oferece um excelente campo de provas: os relacionamentos.

Cada um de nós possui uma forma de sentir, que não é melhor nem pior que as outras, mas talvez mais ou menos adequadas à forma de sentir do outro. Mas o importante não é a forma de sentir, mas sim o porquê. Muitas vezes nos questionamos o motivo de amarmos, e na maioria das vezes a resposta recai naquele velho jargão: “O amor é cego!”. Não pode existir motivo mais errado do que amar por “cegueira”. Esta é uma grande mentira que encobre os verdadeiros sentimentos e faz com que continuemos muitas vezes levando adiante relacionamentos que só nos trazem infelicidade. Na verdade, o amor não é cego. As pessoas que amam por impulso é que são cegas, e esse sentimento, que pensam ser amor, nada mais é do que paixão. Esta sim é cega! Todo relacionamento baseado na paixão torna-se volátil, passageiro e vazio de conteúdo.  A paixão nos ilude com as aparências para depois nos desiludir com a realidade. Não é por acaso que cresce abundantemente o número de separações e divórcios no mundo. Todos os dias vemos esse sentimento equivocado que parecia um grande amor se transformar em ódio.

O verdadeiro amor é um conjunto de sentimentos que sobrevive a tudo, inclusive ao esfriamento da paixão! O verdadeiro amor é incondicional, não faz exigências, não quer controlar e mudar o outro, respeita a individualidade do parceiro, com suas qualidades e defeitos.  Num relacionamento amoroso é necessário identificar-se, conectar-se e estabelecer pontes firmes entre duas individualidades que, por natureza, são diferentes. Numa relação amorosa deve existir identificação psicológica e a auto realização, e não apenas realização física e instintiva. O acontecimento do amor integral vem acompanhado do exercício de qualidades superiores tais como autocontrole, autoconsciência, sinceridade afetiva, diálogo, confiança e inclusive vontade. O amor é perdão, compreensão e renúncia. Sem esses ingredientes, não existe o amor. O verdadeiro amor eleva e ilumina. Este é o amor que precisamos desenvolver!

Quem nunca ouviu falar do “amor à primeira vista”? Na verdade, quando duas pessoas se encontram e imediatamente surge entre elas um amor verdadeiro, ocorre uma espécie de identificação ou reconhecimento espiritual, não significando que esse amor nasceu naquele momento, mas que, com certeza, foi construído algum dia no passado, em vidas pregressas, através de uma série de encontros e desencontros. Ao contrário da paixão, o verdadeiro amor transcende as aparências e supera os obstáculos, consolidando-se em uma convivência feliz, apesar das adversidades. Aqueles que amam de verdade se realizam quando conseguem promover a felicidade de quem amam. O verdadeiro amor coloca, acima dos próprios direitos, os direitos da pessoa amada. Um amor desse porte é indestrutível, supera o orgulho e as paixões que possam prejudicá-lo. É esse amor que se perpetua na eternidade! Supera os interesses materiais e físicos, para consolidar-se no espírito eterno.

Até agora falou-se apenas do amor entre um homem e uma mulher, porém é esse mesmo amor que um dia vai prevalecer entre todos nós. A vida é uma grande mestra! Todos os dias, através de circunstâncias que fogem ao nosso controle, ela nos ensina a caminharmos na direção do amor ideal. Os desencontros, a ingratidão e as decepções são materiais didáticos que nos proporcionam a oportunidade de ensaiarmos esse amor. Por isso, podemos afirmar, com segurança, que o casamento e a constituição da família são um valioso laboratório para desenvolvê-lo. É na convivência familiar que ocorrem os reencontros mais importantes entre os espíritos em evolução. Na maioria dos casos, são espíritos que se reúnem para exercitarem entre si o perdão, a fim de apagarem as marcas dos desencontros e conflitos vividos em encarnações passadas. É nesse convívio, muitas vezes difícil, através de atitudes de compreensão, tolerância e do exercício constante do perdão, que os espíritos envolvidos podem vir a consolidar o verdadeiro amor.

Todo aprendizado é difícil. Exige de nós constância, persistência, perseverança e abertura. E com o amor não é diferente. Do primitivo instinto animal à razão humana, e da razão ao sentimento: etapas evolutivas de nossa consciência. Viemos a este plano de vida para aprender a Amar. Este é o objetivo principal de nossa estadia na Terra. Somente com o desenvolvimento do Amor sairemos do estado de rudeza moral para um estado superior de supra humanidade, onde todos os atributos divinos de harmônica convivência podem ser experimentados. Por isso, honremos com gratidão cada pessoa que cruza nosso caminho de Vida. Certamente Deus as coloca ao nosso lado para que possamos aprender a Amar, e dessa forma nos tornarmos seres humanos melhores para nós mesmos e para o TODO.

Por Cristina Lessa Cereja

domingo, 23 de setembro de 2012

Cores da aura humana


Cada indivíduo possui uma emanação energética pessoal e única. Esta camada áurica revela o conteúdo moral, intelectual, emocional e comportamental do indivíduo, bem como suas oscilações de temperamento.

Quanto mais ampla em dimensão é a camada áurica, mais iluminado é o espírito. Quanto maior o seu brilho, maior seu conhecimento, cultura e intelectualidade. Quanto mais perfumada a aura, maior o sentimento de amor. E quanto maior o número de cores emitidas, maior será a aquisição definitiva do espírito.

A aura dos encarnados revela não só os aspectos acima, como principalmente o grau evolutivo no qual estagiam provisoriamente. Suas cores estão mais relacionadas às emoções e pensamentos momentâneos do que propriamente à aquisição definitiva do espírito. Portanto, nos encarnados, as cores da aura humana representarão diversos aspectos, a saber:

1. Branca: Pureza, Simplicidade, Serenidade, Harmonia e Paz Interna.

2. Verde Luminoso: simpatia, intelectualidade, euforia, alegria, controle emocional, jovialidade, empolgação e saúde física.
3. Amarelo: inteligência, cultura, dinamismo, astúcia, destreza mental e força emocional.

4. Laranja: Criatividade, sensualidade, prazer, força vital, alegria emocional, estabilidade e segurança pessoal.

5. Azul Claro: Tranquilidade, ponderação, tolerância, equilíbrio emocional perfeito, estabilidade e calma interior.

6. Violeta: Força moral, visão ampliada, profundidade, sentimentalismo elevado, prudencia, mentalismo superior, sabedoria espiritual consciente.

7. Vermelho claro e brilhante: dinamismo, energia e força física, sagacidade, atividade física, saúde e força vital, sensualidade natural, simpatia eloquente, empolgação e alegria esfusiante.

8. Rosa: amorosidade, sinceridade, meiguice, doçura, harmonia emocional, sentimento maternal e protetivo.

9. Dourada: sabedoria plena, cultura e conhecimento plenos, sensibilidade, perfeição moral, divindade.

10. Verde escuro: depressão, angústia, saúde debilitada, tristeza, vícios ( na região onde se localiza a cor), confusão mental e emocional.

11. Vermelho escuro: agressividade, sensualidade e sexualidade extremada e instintiva, imoralidade, crueldade e sadismo, raiva, ódio e irritabilidade, dor física na região onde se localiza.

12. Negra: crueldade extrema e absoluta, mentalidade inferior, baixa moral, instabilidade emocional, torpeza mental, bloqueio da receptividade a qualquer orientação, arrogância e presunção desmedida, ódio.

13. Roxo escuro: vaidade, autoritarismo, falta de escrúpulos, maledicência, insinceridade, eloquência vulgar, irredutibilidade, ganância, desejo de poder, conhecimento mágico utilizado para o mal.

14. Azul escuro: impaciência, caos emocional, confusão mental, distorção de valores, insalubridade mental e moral, demência, incapacidade cognitiva com a realidade, periculosidade, agressividade não externada.

15. Laranja escuro: libertinagem, falta de escrúpulos, comportamento instintivo, reativo e agressivo, baixa moral, personalidade escandalosa, perversão sexual e sadismo, agressividade implícita.

16. Rosa escuro: falta de amor-próprio, ciúme, insegurança, falta de autodomínio, autopunição, martírio emocional e sofrimento intenso.

17. Amarelo escuro: pouca inteligência, falta de cultura, primitivismo mental e moral, doenças de incapacidade mental tais como mongolismo e esquizofrenia, entre outras; egoísmo extremo, vaidade, orgulho, poder e força moral voltada para a autoglorificação, autoimportância e manipulação mental e moral alheia, falta de generosidade, avareza.

18. Dourado sem brilho: significa queda angélica, ou seja, espírito que galgava alta hierarquia espiritual e que sofre grande queda evolutiva por deixar aflorar antigos defeitos morais e, em experiência encarnatória, busca corrigir-se em difíceis missões dentro da humanidade. Além disso, associa-se a esta cor o mal-uso da sabedoria, o orgulho em excesso e o conhecimento não repartido.

Quanto aos desencarnados, podemos reconhecer as cores de suas emanações energéticas pela aquisição plena de determinadas virtudes, a saber:

1. Branca: purificação, bondade, fraternidade

2. Amarela: sabedoria e conhecimento parcial, controle parcial da mente inferior e equil[ibrio emocional.

3. Laranja: controle da sexualidade e do comportamento instintivo e reativo, criatividade e habilidades artísticas, vitalidade voltada para tarefas de proteção e auxílio à humanidade.

4. Vermelha: alto poder de controle mental, disciplina, força física voltada para a proteção (planetária ou pessoal); controle do instinto, agressividade moral, autoridade e dinamismo.

5. Rosa: amor purificado, amor fraternal e incondicional, harmonia, alto grau evolutivo nas escalas ascendentes, controle absoluto da mente inferior, atuação pelo chacra cardíaco ou chacra do amor, proteção e orientação superior, irradiação cósmica de amor.

6. Azul: pacifismo, harmonia, clareza mental, serenidade, sabedoria, comunicabilidade amorosa, força moral, dignidade e sinceridade.

7. Verde: dons de cura, paz, harmonia, amor fraternal, pureza emocional, conhecimento parcial, intelectualidade e inteligência descomunal. Facilidade de comunicação, Dom para lidar com as massas, pacifismo e poder de manipulação mental.

8. Violeta: alta intelectualidade e inteligência incomum, grande conhecimento, alto grau hierárquico espiritual, completo domínio mental, sobre si mesmo e alheio; poder mágico; facilidade de comunicação, vigor mental, astúcia, amor incondicioal, moral quase perfeita.

9. Dourado: divindade, perfeição moral, alta intelectualidade, conhecimento total, alto grau hierárquico de comando, superioridade moral e intelectual, sabedoria; completo domínio sobre o onstinto, a mente reativa e a emoção desregrada. São as cores dos Mestres e Mestras que interagem entre o plano divino e o humano.

Estas são apenas indicações superficiais. Num estudo mais profundo, pode-se detectar toda a história, grau evolutivo, intenção, pensamento, emotividade, pureza, sinceridade ou mesmo os diversos quadros enfermiços de um indivíduo apenas pela observação de suas emanações energéticas. Para espíritos sábios e conhecedores, basta um simples olhar apara a aura individual e, de imediato, pode-se saber absolutamente tudo a respeito de um indivíduo. Sabemos quando são verdadeiros e sinceros, ou quando mentem, escondem ou falsificam suas emoções, quando esconde de si mesmo seus defeitos e camufla sua personalidade, dentre outros atributos. Enfim, podemos saber absolutamente TUDO sobre um indivíduo apenas pelo estudo detalhado de sua aura energética, mas isso faz parte de um estudo mais vasto, complexo e profundo.

Emmanuel

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Autotransformação


Deus colocou à nossa disposição, ao alcance de nossas cogitações, a permanente possibilidade da transformação. Assim, quando quisermos, no momento em que desejarmos, poderemos livremente optar pela melhor atitude, pelo melhor sentimento, pela conduta mais harmonizada com os mecanismos invisíveis que regem o fenômeno da existência.

A possibilidade contínua de transformação é uma grande benção, capaz de retroceder o nosso passo em falso e nossos erros. Fomos criados com a potencialidade de cultivarmos a nós mesmos. Isso significa que colhemos da vida exatamente aquilo que semeamos. Nem mais, nem menos. Por isso podemos nos tornar grandiosos, muito maiores e mais felizes do que somos agora! Porém, isso depende de que nossa vontade se renda à possibilidade transformadora do momento presente, caso contrário, mais uma vez, permaneceremos na sombra da inércia existencial, nesse entediante e permanente constrangimento ao bom senso.

Como incomparável mão benevolente, estendida pela Misericórdia Divina, essa possibilidade de transformação nos aguarda, um pouco adiante, pairando soberana sobre nossa mente e coração, como se existisse uma certa pré-disposição do nosso ser, um convite permanente para a ascensão e para a glória de nossos desejos humanos.

Torna-se necessário, portanto, que passemos a refletir e a decifrar com sinceridade o que somos agora, vislumbrando aquilo que poderemos nos tornar amanhã. A transformação da nossa natureza interna requer a liberdade necessária que somente nós mesmos podemos nos conceder. Somente assim, despojados do traje gasto de nossas convicções enraizadas, vestiremos a túnica luminosa do renascimento interior, pois teremos dado o passo resoluto, com a firme certeza de que, em todos os instantes, saberemos colher a renovação.

Assim, à medida em que convivemos com a alegria da presença divina, na intimidade mais profunda de nosso ser, devemos nos aplicar em aprender a compartilhar essa alegria com aqueles necessitados de valores mais sublimes, pois eles também partilham aquisições, na única jornada do aprendizado evolutivo. Se hoje nosso entendimento da verdade alcança um vislumbre maior, ainda ontem tateávamos nas trevas do egoísmo, da pobreza e da ignorância espiritual. Todo coração é terra fértil a ser cultivada no momento devido.

Se hoje já conseguimos olhar para dentro de nós mesmos, à procura do "tesouro oculto", é porque as falsas luzes do superficialismo já não mais satisfazem nossos anseios. Portanto, façamos esforço para que nossas melhores aquisições passem, agora, a serem creditadas na conta de nossa alma. Cientes das possibilidades interiores, lembremos que nossos passos andarão vacilantes durante todo o tempo incontável em que percorreremos o caminho do verdadeiro amor. Lembremos de que os verbos saber e ser são sinônimos. Também o são aprender e ensinar, praticar e servir.

Na luta pela predominância interna da luz sobre nossas trevas, devemos aprender a cultivar o dom de recomeçar. A queda, embora deva ser deliberadamente evitada, é o véu negro dos nossos dias sombrios durante nossa passagem sobre a Terra. E queda é toda oportunidade perdida de expressar através de pensamentos, palavras e obras, o amor aos semelhantes. No entanto, ao cairmos, devemos aprender a nos reerguer acima dos nossos próprios enganos. A justiça divina infinitamente nos apresentará inúmeras oportunidades para restituirmos o mal por nós cometido, e também para empreendermos o bem não realizado. Todo o êxito estará sempre em nossa perspicácia em saber distinguir e aproveitar as oportunidades de compensação e recomeço.

E antes que o mal lance suas raízes no coração do nosso irmão, face às expressões de nossas limitações de tolerância e compreensão, não hesitemos em pedir-lhe perdão. Não temamos assumir nossa natureza falível, natural a todo ser humano, porém, continuemos reafirmando, com humildade, nosso convite ao entendimento, porque Deus certamente se encarregará do resto. Perdoar é afirmar nossa íntima disposição em compartilhar os sublimes ideais do Mestre, que agora devem passar a ser também os nossos.

Vitória e queda são duas estações onde estagiaremos transitoriamente durante a grande jornada para a iluminação de nosso ser. Aprenda a recomeçar! Na tristeza de sua queda ou na alegria de seu triunfo, Deus estará sempre contigo!

Por Cristina Lessa Cereja

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Mensagem de Mestre Jesus


Queridos Irmãos:

Quão grata satisfação vê-los hoje reunidos em tarefa assistencial, beneficiando a tantos irmãos que buscam o contato com seus queridos que aqui vivenciam outra fase vida e de experiências, no longo e infinito trajeto de nossas consciências rumo à perfeição e integração uma de nosso ser cósmico.

Obrigado! Obrigado por ouvirem a meu chamado.

Vós, filhos tão amados, tão fidedignos em vossas intenções em doarem-se em benefício de tantos. Não somente aos desencarnados e aos encarnados, mas também a nós que os orientamos, mas que conjuntamente tanto necessitamos de todos vós, para que a tarefa que nos compete exercer sobre este plano e sobre a vida de forma generalizada.

Rogo a meu Pai, que nos Céus habita, que vos abençoeis a cada passo desta trajetória de luta, que não é fácil, insisto em dizer, mas transformadora, libertadora e purificadora.

Rogo à minha mãe santíssima que os ampare, aliviando vossos corações das dores existenciais que os consomem, neste breve estágio evolutivo em que se encontram.

Peço-vos, porém, União.


Uni-vos meus filhos!

Uni-vos pelo Bem Comum.

Uni-vos pelo engrandecimento da Paz entre os homens.

Uni-vos em nome da harmonia.

Uni-vos em nome da perpetuação das Verdades Crísticas, que a todos irmana com Pureza, Compaixão e Amor, segundo as Leis irrecorríveis da Vida, que a todos conduz, impulsiona, subtrai, mas avilta as almas culpadas pelos erros de outrora; as consciências desestruturadas pelas dores eternas que as enlaçam a questões passadas, mas ainda de tanta relevância para o TODO.

Sabeis filhos, sabeis que sois tão importantes para o planeta neste momento como qualquer outro andarilho nas estradas da vida. Apenas o que há de diferenciá-los é a Vontade, impulsionada pela Força Moral, em alicerçar em definitivo vossas conquistas e compromissos prévios para comigo, para com o Pai, para consigo mesmos.

Oh Pai! Dai-vos forças para prosseguir nesta jornada-libertação!

Oh Mãe! Dai-vos vosso amor incondicional para que aprendam a perdoar e prosseguir sempre, apesar da ingratidão, da calúnia, da mentira, da insensatez.

Quero hoje dizer a todos o quanto meu coração se alegra ao vê-los reunidos em meu nome.

Assim como bem prometi, bem o cumpro. Onde existirem ao menos dois reunidos em meu nome, lá estarei. E aqui estou, reunido com todos vós, irradiando minhas palavras através da imantação do amor puro que se irradia agora de vossos corações.

Não temeis filhos, não temeis.

Nas dificuldades, oreis...

A oração é o bálsamo do coração, o medicamento de Deus para todos vós, que ainda necessitam passar pelas dores para se aprumarem perante a Grande Lei.

Não temeis as desgraças que se anunciam.

Não temeis as catástrofes e mudanças que já se iniciam pelo orbe.

Este é o momento glorioso que tanto aguardamos, em alçar este Globo de Vida a estâncias mais harmônicas, para que a Paz se estabeleça entre todos vós... Entre todos vós!

Vós, servidores desta Causa, sois meus guerreiros do Amor, presos a este corpo limitado por amor à humanidade. Assim como vós, outros, muitos outros guerreiros da Luz encontram-se viventes nesta dimensão, trazendo a Minha Palavra, forçando um pequeno desequilíbrio momentâneo para que o equilíbrio se estabeleça. Conseguem compreender a necessidade de tudo isso? Ouçam vossos corações, tranquilizem-se. Vós e todos os escolhidos hão de serem poupados e ensinados para o árduo trabalho de resgate e regeneração, para a instalação da Nova Era de Amor sobre a Terra. Por isso foram escolhidos a dedo para habitarem neste momento no plano tridimensional. Missionários ou não, pouco importa. O que importa neste momento é que cada qual cumpra a sua parte com a consciência plena e com amor incondicional.

Não vos abaleis pelas tragédias que beiram esta cidade. São necessárias para a mudança vibracional desta pequena região do Globo, que servirá de polo de resgate para muitos sofredores, em alguns anos. Por isso, mudanças que carregam consigo a intenção de higienização da egrégora local são necessárias. Por isso também a energia trazida pelo evento Unifica-ação é fundamental para alicerçar novas bases de trabalho, mais elevadas e sutilíssimas, sobre a esfera desta cidade. Portanto, não vos desanimeis com as pequenas dificuldades!

Trabalhem, trabalhem, trabalhem muito. E quando estiverdes muito cansados, oreis... e trabalhem mais e mais.

Libertai-vos filhos amados! É chegado o momento da Grande Ceia!

Libertai-vos em definitivo para que possam também experimentar a mesma alegria e êxtase de vida que há tempos vos venho falando, desde minha última passagem pelo orbe.

Vos agradeço a todos. Vos agradeço pelas dores a mim infringidas, pois lapidaram-me as últimas arestas morais que faltavam para que eu alçasse em definitivo o plano de Deus.

Muitos de vós, hoje presentes nesta sala, foram responsáveis por minha crucificação. Não falo isto para que se sintam culpados. Não! Por Deus não! Falo para que se sintam vitoriosos por estarem agora aproveitando esta oportunidade de se libertarem do imenso remorso que trazem arraigado em vossas memórias.  A vós, que tanto me feriram, como vos amo filhos queridos! Eu vos amo tanto e tanto! E perdoo-vos todas as vezes que continuarem me ferindo, seja ultrajando os meus ensinamentos, seja ferindo a um irmão, um companheiro; seja ferindo profundamente a meus entes queridos que tanto amo, alguns ainda encarnados na Terra em suas lutas libertadoras.

Creiam sempre que nesta Casa de Luz impera sempre a minha Voz, o meu comando, as minhas diretrizes. Todas as mudanças aqui ocorridas foram necessárias para purificar energeticamente esta Casa. Sob minha supervisão, a irmã Scheilla, e vossa Direção, atuam sempre com o mais irrestrito amor, correção, competência e orientação. Todas as mudanças são justas. Justas e oportunas. Aquele a quem dou, também retiro facilmente, se não estiverem seguindo as normas e diretrizes de conduta no trabalho, por mim exigidas. Sou o Amor, suave e benevolente. Mas também sou a Força e a Justiça. Julgo em nome de meu Pai, e pelo bem da obra que deve prosseguir. Atentem para isso, e se esforcem para serem leais a si mesmos, subordinados às normas e regras do trabalho: amor incondicional, amor pela causa, amor pelo próximo. Interesses pessoais não têm lugar neste Lar de Amor.

Com imenso amor, despeço-me de todos.

Teu guia, teu Mestre. Sou o Amor que a tudo constrói.

Confiem na vitória da Luz!   Não esmoreçam!

Estou sempre convosco.


Mestre Jesus Cristo

Mensagem psicografada durante sessão pública na Casa de Assistência Mãos de Luz pela médium Cristina Lessa Cereja, em 28 de Setembro de 2011

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Autoconhecimento e a busca pelo ser integral


"Dentro de cada um de nós existe um ser que precisamos conhecer. Esse conhecimento é elemento essencial para a ascensão espiritual, e é conquistado através do reconhecimento e pleno domínio de nossas qualidades e, principalmente, de nossos defeitos.

Todos nós, seres humanos encarnados aqui na Terra, nos encontramos em constante aprendizado. Todos nós nascemos com nossa parcela de ignorância, ganância, futilidade, intolerância, ira, ambição e tantos outros adjetivos que definem tão bem nosso lado sombrio. Porém, o estado de “perfeição” pessoal ao qual aspiramos não deve incluir apenas os aspectos “bons” ou “luminosos” da natureza humana, descartando de nossa personalidade os aspectos “maus” ou “sombrios”, fazendo de conta que eles não existem. Pelo contrário, muitas vezes as características negativas que deixamos de reconhecer em nós, são aquelas que inconscientemente irão controlar nossos atos e pensamentos. Por isso é tão importante reconhecer e aceitar o nosso lado sombrio, trabalhando na reformulação de nossos autoconceitos e atitudes.

O estado de perfeição humana deve integrar o ser “total”, através do equilíbrio de forças, onde cada qualidade, positiva ou negativa, tem seu lugar e está harmonicamente contida dentro de um todo. A natureza do conflito “Luz” e “Trevas” não é boa nem má; é necessária ao desenvolvimento, pois é através dela que conseguimos, eventualmente, ampliar e integrar nosso “eu” total. A dualidade humana é muito perturbadora no sentido de que aparentamos não perceber que tudo aquilo que se encontra na luz, projeta uma sombra escura. O Bem e o Mal, quer ou não existam objetivamente, são impulsos exteriores do pensamento humano consciente e inconsciente, ambos vivem dentro do indivíduo e não no mundo fora dele;  e antes de serem dois inimigos eternos, devem ser encarados e definidos como duas faces de um único indivíduo. Na verdade, aquilo que consideramos ser o “Mal” não é senão a nossa ignorância acerca dos valores do nosso “ser total “, e de nossa frequente tendência em nos retalharmos em pedacinhos, a maioria dos quais jogamos fora e acreditamos que estamos livres deles porque não os aprovamos. Por isso é tão necessário o autodescobrimento, para que possamos aprender a enquadrar construtivamente nossas qualidades negativas dentro de nós mesmos.


Boa parte deste aprendizado é obtida através dos diversos relacionamentos pelos quais passamos, sejam eles amorosos, familiares, profissionais ou amigáveis; desde o nosso nascimento, e mesmo antes dele, em nossas inúmeras vidas pregressas. Através dos relacionamentos, aprendemos a compartilhar nossas diferenças e nossas afinidades. Cada um de nós é um ser único e especial, crescemos de maneira diferente, em culturas e padrões sociais diferentes, embora possamos compartilhar e dividir o mesmo espaço. Fazemos parte de um delicado equilíbrio universal, que poderia ser afetado pelo simples fato de nossa não existência.

Por isso, o primeiro passo para o autoconhecimento é compreender que somos responsáveis por nossas ações. Tudo aquilo que acontece em nossas vidas, de bom ou de ruim, somos nós mesmos que criamos. Nada acontece sem que tenha sido idealizado e posto em movimento pelo pensamento. Durante toda a nossa vida criamos o nosso mundo de acordo com nossos padrões de pensamento, que por sua vez produzem uma realidade exterior. Misteriosamente, as experiências que enfrentamos são atraídas para nós pelo poder de nosso próprio pensamento e, embora não saibamos ao certo de que forma o interior e o exterior podem se refletir mutuamente, sabemos que isso acontece na vida de todas as pessoas. Essa é a primeira grande lição: aprender a nos tornarmos responsáveis por nossos próprios atos e por aquilo que eles criam. Precisamos acabar com essa tendência de tiramos de nossos próprios ombros a responsabilidade de nos encararmos, e de ter que condenar e corrigir nossas próprias falhas.

Por isso, a melhor forma de iniciar o autoconhecimento é refletir sobre as nossas dificultes em nos relacionar. Quando as outras pessoas se tornarem negativas em contraposição à você, pergunte-se: Porque isso acontece? Porque você necessitou estar com essa determinada pessoa naquele exato momento da sua vida? E esta pessoa, ela pode crescer através de você? Será que você não poderia ensinar a essa pessoa um caminho melhor? Encare as circunstâncias da vida como um desafio. O que pode ser aprendido através desse processo de espelho após espelho? Isso é necessário para que possamos aprender a “ver” ao invés de apenas “olhar”, para que enxerguemos a nós mesmos.

Pode ser muito cômodo, mas não é nada honesto responsabilizarmos e criticarmos os outros por aquilo que nós mesmos criamos e nos negamos a enxergar. Tudo o que é externo é sombra. Toda a verdadeira vida e realidade são internas. Por isto é imprescindível se conhecer e reconhecer, deixando de lado a necessidade de projetar nosso lado sombrio através da busca de alguém ou algo que nos complete. O autoconhecimento nos torna senhores de nossas próprias ações. Somos transformados em seres inteiros, completos em nós mesmos, e vamos aos poucos nos distanciando da ilusão do Eu para a verdade do Eu. A cada passo mais próximos da perfeição."

Por Cristina Lessa Cereja