segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O Poder da Palavra


Toda palavra proferida possui um enorme efeito externo. Devemos estar sempre atentos e vigilantes quanto àquilo que dizemos, e à forma como dizemos. Muitas vezes, através da palavra impensada, agressiva ou imprudente, criamos situações embaraçosas e aborrecimentos indesejáveis, acabando por magoar ou mesmo criar inimizades. Ao contribuirmos na criação de tais sentimentos, estas vítimas de  nossa própria imprudência passam a gerar pensamentos negativos que são direcionados na maioria das vezes de forma inconsciente contra nós mesmos, atuando contra a nossa própria felicidade.

André Luiz, espírito que ficou conhecido através da mediunidade de Chico Xavier, em seu primeiro livro - "Nosso Lar" - nos conta que, após reclamar por ter sido considerado um suicida, recebeu do benfeitor, entre outros, o seguinte esclarecimento: "A moléstia talvez não assumisse características tão graves, se o seu procedimento mental no planeta estivesse enquadrado nos princípios da fraternidade e da temperança. Entretanto, seu modo especial de conviver, muitas vezes exasperado e sombrio, captava destruidoras vibrações naqueles que o ouviam. Nunca imaginou que a cólera fosse manancial de forças negativas para nós mesmos? A ausência de autodomínio, a inadvertência no trato com os semelhantes, aos quais muitas vezes ofendeu sem refletir, conduziam-no frequentemente à esfera dos seres doentes e inferiores. Tal circunstância agravou, de muito, o seu estado físico” . Lembremos ainda as sábias palavras de nosso Mestre Maior: “O Mal não é que entra pela boca, mas o que sai dela”.                                                                                       

Mesmo quando apoiados na razão e na Verdade, é necessário medir nossas palavras. Jesus, nosso exemplo maior, sempre foi dócil e amável, mesmo sendo o portador da Verdade. Sabia silenciar quando necessário, sabia como proferir um ensinamento, e utilizava as palavras com sabedoria. Jamais julgava ou agredia, mas nunca deixou de dizer aquilo que devia, demonstrando sempre impetuosidade, coragem e determinação. A verdade não existe para destruir e ferir, mas sim, para esclarecer, para abrir a consciência, mostrar novos caminhos e estimular o desenvolvimento da inteligência e da criatividade, operando dentro das mentes uma transformação que irá libertá-las do cárcere intelectual em que se encontram. Em outras palavras, a verdade existe para iluminar nosso caminho interior e remover o gesso das consciências.

Quantas pessoas, por se afirmarem verdadeiras, usam das palavras para massacrar, humilhar e ofender, semeando à sua volta sofrimento e rancor. Ao agirem assim, acabam se tornando vítimas de agressões mentais que, por vezes, perduram por toda uma vida e além dela, gerando graves problemas de relacionamento, e até mesmo retrocedendo ou impedido o seu próprio progresso espiritual. Sempre que proferimos injúrias, impropérios, e imprimimos em nossa comunicação emoções alteradas, estamos nos sintonizando, por afinidade comportamental à consciências e energias daninhas e malsãs,  o que vem a agravar de forma muito complexa e muitas vezes por um longo período, o processo evolutivo pessoal e humano, gerando karma pessoal e  coletivo.    

A palavra, por si só, é apenas meio de comunicação. Os sentimentos com os quais a revestimos é que lhe dão o poder de esclarecer, consolar e criar, ou destruir, magoar e ferir. Dependendo da inflexão que damos às nossas palavras, elas podem causar efeitos que não desejamos. Jesus, profundo conhecedor dos sentimentos humanos, sabia a força das palavras, ao afirmar: "Que as tuas palavras sejam sim sim, não não!".  

Toda palavra e conhecimento devem ser proferidos com sinceridade, porém, também carregados de amor e respeito pelo próximo. Aos nos tornarmos conscientes dos perigos em utilizá-los indevidamente, podemos aprender a nos tornar mais previdentes, começando por gerenciar nossas emoções com maturidade, aprendendo como e quando falar, e quando se calar.  Exercitar a tolerância, o autocontrole, a amabilidade nos tratos com os demais deve ser uma prática diária. Isto não nos torna fracos. Ao contrário, somos fracos quando não reconhecemos em nós mesmos nossas falhas de comportamento, e acabamos agindo com os outros de forma agressiva, por simples ignorância e temor em nos auto enfrentar. Aprender a nos comunicar é etapa importantíssima no processo de autoconhecimento, de autoconsciência, autoajuda e consciência holística.

Por Cristina Lessa Cereja

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Exercitando o Amor


Podemos afirmar com segurança que a grande maioria dos problemas que fazem o ser humano sofrer são oriundos de sentimentos desequilibrados. Não falamos apenas teoricamente, esta é uma verdade comprovada por fatos colhidos ao longo de muitos anos de observação e estudo a respeito dos problemas humanos. Quando se fala em sentimento, estamos nos referindo aos verdadeiros sentimentos que nós precisamos continuamente desenvolver ao longo da vida, para podermos desfrutar da verdadeira felicidade. Não podemos confundi-los com o emocionalismo, que é um estágio no desenvolvimento dos sentimentos, por mais elevado que possa parecer a princípio. Em todo este longo processo de aprendizado, a Divindade nos oferece um excelente campo de provas: os relacionamentos.

Cada um de nós possui uma forma de sentir, que não é melhor nem pior que as outras, mas talvez mais ou menos adequadas à forma de sentir do outro. Mas o importante não é a forma de sentir, mas sim o porquê. Muitas vezes nos questionamos o motivo de amarmos, e na maioria das vezes a resposta recai naquele velho jargão: “O amor é cego!”. Não pode existir motivo mais errado do que amar por “cegueira”. Esta é uma grande mentira que encobre os verdadeiros sentimentos e faz com que continuemos muitas vezes levando adiante relacionamentos que só nos trazem infelicidade. Na verdade, o amor não é cego. As pessoas que amam por impulso é que são cegas, e esse sentimento, que pensam ser amor, nada mais é do que paixão. Esta sim é cega! Todo relacionamento baseado na paixão torna-se volátil, passageiro e vazio de conteúdo.  A paixão nos ilude com as aparências para depois nos desiludir com a realidade. Não é por acaso que cresce abundantemente o número de separações e divórcios no mundo. Todos os dias vemos esse sentimento equivocado que parecia um grande amor se transformar em ódio.

O verdadeiro amor é um conjunto de sentimentos que sobrevive a tudo, inclusive ao esfriamento da paixão! O verdadeiro amor é incondicional, não faz exigências, não quer controlar e mudar o outro, respeita a individualidade do parceiro, com suas qualidades e defeitos.  Num relacionamento amoroso é necessário identificar-se, conectar-se e estabelecer pontes firmes entre duas individualidades que, por natureza, são diferentes. Numa relação amorosa deve existir identificação psicológica e a auto realização, e não apenas realização física e instintiva. O acontecimento do amor integral vem acompanhado do exercício de qualidades superiores tais como autocontrole, autoconsciência, sinceridade afetiva, diálogo, confiança e inclusive vontade. O amor é perdão, compreensão e renúncia. Sem esses ingredientes, não existe o amor. O verdadeiro amor eleva e ilumina. Este é o amor que precisamos desenvolver!

Quem nunca ouviu falar do “amor à primeira vista”? Na verdade, quando duas pessoas se encontram e imediatamente surge entre elas um amor verdadeiro, ocorre uma espécie de identificação ou reconhecimento espiritual, não significando que esse amor nasceu naquele momento, mas que, com certeza, foi construído algum dia no passado, em vidas pregressas, através de uma série de encontros e desencontros. Ao contrário da paixão, o verdadeiro amor transcende as aparências e supera os obstáculos, consolidando-se em uma convivência feliz, apesar das adversidades. Aqueles que amam de verdade se realizam quando conseguem promover a felicidade de quem amam. O verdadeiro amor coloca, acima dos próprios direitos, os direitos da pessoa amada. Um amor desse porte é indestrutível, supera o orgulho e as paixões que possam prejudicá-lo. É esse amor que se perpetua na eternidade! Supera os interesses materiais e físicos, para consolidar-se no espírito eterno.

Até agora falou-se apenas do amor entre um homem e uma mulher, porém é esse mesmo amor que um dia vai prevalecer entre todos nós. A vida é uma grande mestra! Todos os dias, através de circunstâncias que fogem ao nosso controle, ela nos ensina a caminharmos na direção do amor ideal. Os desencontros, a ingratidão e as decepções são materiais didáticos que nos proporcionam a oportunidade de ensaiarmos esse amor. Por isso, podemos afirmar, com segurança, que o casamento e a constituição da família são um valioso laboratório para desenvolvê-lo. É na convivência familiar que ocorrem os reencontros mais importantes entre os espíritos em evolução. Na maioria dos casos, são espíritos que se reúnem para exercitarem entre si o perdão, a fim de apagarem as marcas dos desencontros e conflitos vividos em encarnações passadas. É nesse convívio, muitas vezes difícil, através de atitudes de compreensão, tolerância e do exercício constante do perdão, que os espíritos envolvidos podem vir a consolidar o verdadeiro amor.

Todo aprendizado é difícil. Exige de nós constância, persistência, perseverança e abertura. E com o amor não é diferente. Do primitivo instinto animal à razão humana, e da razão ao sentimento: etapas evolutivas de nossa consciência. Viemos a este plano de vida para aprender a Amar. Este é o objetivo principal de nossa estadia na Terra. Somente com o desenvolvimento do Amor sairemos do estado de rudeza moral para um estado superior de supra humanidade, onde todos os atributos divinos de harmônica convivência podem ser experimentados. Por isso, honremos com gratidão cada pessoa que cruza nosso caminho de Vida. Certamente Deus as coloca ao nosso lado para que possamos aprender a Amar, e dessa forma nos tornarmos seres humanos melhores para nós mesmos e para o TODO.

Por Cristina Lessa Cereja